Não há "Barbenheimer" na Rússia.

Nem "Barbie" nem "Oppenheimer" cumprem os "valores espirituais e morais" da Rússia, disse o vice-ministro da Cultura do país, reagindo aos apelos para que o governo autorizasse as sessões piratas dos dois grandes sucessos do verão nos cinemas mundiais.

Alguns dos grandes filmes de Hollywood continuam a chegar aos cinemas da Rússia graças a cópias pirateadas, apesar dos grandes estúdios se terem retirado do mercado no espaço de poucas semanas após a invasão da Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022.

Vladislav Davankov, vice-presidente da Duma (o parlamento russo) escrevera às autoridades para pedir que lançassem um esquema piloto para que os cinemas pudessem exibir novos lançamentos populares, incluindo "Barbie" e "Oppenheimer", mesmo que os estúdios se recusassem a licenciá-los no país.

Mas o apelo foi rejeitado pelo vice-ministro da Cultura Andrei Malyshev, numa resposta citada pela agência de notícias estatal TASS na quinta-feira, citada pelo 'site' noticioso Politico.

"Pensamos que os filmes que propôs para serem vistos pelos cidadãos do nosso país – 'Barbie' e 'Oppenheimer' – não cumprem as metas e objetivos estabelecidos pelo chefe de Estado [Vladimir Putin] para preservar e fortalecer os valores espirituais e morais tradicionais russos”, declarou.

Andrei Malyshev não se coibiu de deixar sugestões nacionais alternativas mais adequadas do que os filmes realizados por Greta Gerwig e Christopher Nolan, como a animação infantil "Cheburashka" – sobre uma criatura brincalhona de orelhas peludas que se mete em sarilhos cómicas – e "The Challenge" ["O Desafio", em tradução literal], apoiado pelo Estado e rodado na Estação Espacial Internacional.

"Barbie" já fora criticado na Rússia através de uma crítica publicada pela estatal RIA Novosti, uma das maiores agências noticiosas do país, que alertava que "distorcia o feminismo" ao retratar "homens fortes sem filhos" e "homens estúpidos".