A caminho dos
Óscares 2025
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“É muito importante porque é uma grande obra. É um filme que tem uma tal qualidade, de todos os pontos de vista, mas fundamentalmente da realização e da interpretação. E por isso, quando se cria uma obra com esta qualidade, ela é muito importante para todos”, afirmou a ministra da Cultura numa entrevista à agência Lusa, nos II Diálogos Luso-Brasileiros, no Museu da Língua Portuguesa, realizado na cidade brasileira de São Paulo.
Questionada sobre a importância de um filme falado em português disputar três categorias nos mais importantes prémios da indústria cinematográfica do mundo, Dalila Rodrigues avaliou que a obra “ultrapassa a importância e o valor da língua portuguesa”, porque “as grandes obras são da humanidade”, mas considerou “muito bem-vindo o filme ser falado em português”.
A ministra confirmou também que “Ainda Estou aqui” é uma das suas apostas que poderá destacar-se nos Óscares, e afirmou que, em caso de vitória numa ou mais categorias que disputa (Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz), ficará “muito feliz”.
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Além de elogiar o filme brasileiro, um dos mais vistos nos cinemas em Portugal desde a estreia em janeiro passado, Dalila Rodrigues fez questão de pontuar que, como formuladora de políticas públicas, considera “fundamental apoiar as grandes criações independentemente das audiências que elas conquistam”.
“E, portanto, é preciso perceber que filmes como estes são fundamentais, mas é necessário estar atento às circunstâncias de outras criações que não têm a capacidade de atrair público, mas devem existir”, pontuou.
“É importante reconhecer que há artistas que estão fora das competições e não é por isso que deixam de fazer um trabalho que tem que ser reconhecido”, acrescentou.
A ministra da Cultura avaliou, portanto, que as políticas públicas devem reconhecer “a luz e a intensidade” de produções, artistas e obras bem-sucedidos, mas também atender “outras práticas, outras linguagens, outras formas de criar independentemente do reconhecimento público”.
“É por isso que a Cultura é uma área governativa, de serviço público”, concluiu.
As salas de cinema de Portugal registaram 6,8 milhões de euros de receita de bilheteira em janeiro, o que representa o melhor valor nesse mês desde 2016, segundo o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).
As estatísticas mensais coligidas pelo ICA indicam que, em janeiro passado, os cinemas contaram com 1.072.436 espetadores, o que resultou em 6.874.834 euros de receitas de bilheteira.
A lista dos filmes mais vistos nos cinemas portugueses no primeiro mês de 2025 foi “Mufasa: O rei leão”, de Barry Jenkins, estreado a 19 de dezembro, com 226.410 espectadores, seguido por “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, com 137.874 espectadores, que chegou às salas portuguesas em 16 de janeiro, e tornou-se o filme mais visto nas semanas seguintes.
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