
A cerimónia começa às 21:30, com a exibição do vídeo de Bruno de Almeida, que, segundo nota do Museu, foi “pensado como um tributo à fadista e feito especialmente para este dia”
“O vídeo conta com a participação de Camané, Carminho, Ricardo Ribeiro, Aldina Duarte, Hélder Moutinho, Fábia Rebordão, Jorge Fernando, Pedro Moutinho, Ana Sofia Varela e Gisela João, entre outros”, adianta o Museu.
A edição do CD/DVD junta o documentário “Fado Celeste”, realizado por Diogo Varela Silva, neto da fadista, estreado em 2010, na Festa do Fado.
O CD, gravado em 2007, na Holanda, e produzido por Luís Varatojo, inclui fados de autoria de Álvaro Duarte Simões, Max, José Cavalheiro, Pedro Pinhal, Armandinho, António Mestre e Jorge Fernando, e letras de António Botto, Hélder Moutinho, José Luís Gordo e Tiago Torres da Silva.
Entre os 15 temas que constituem o CD, Celeste Rodrigues interpreta "Esta Lisboa", de Rodrigo Serrão e Pedro Pinhal, “Entrei na vida a cantar”, de Amália Rodrigues e Jorge Fontes, e o “Fado Celeste”, de Torres da Silva e Pedro Pinhal.
"Para mim é muito importante o poema, e depois oiço o trinar das guitarras e acontece, mais não sei dizer, até porque não percebo nada de fado, o fado é para se sentir", disse a fadista à Lusa.
Entre os poetas contemporâneos escolhidos, Celeste Rodrigues afirmou que gosta “muito da forma como escreve” Hélder Moutinho, de quem canta “Trago na voz o vento”, interpretado no fado Acácio.
"Gravei também um fado do Jorge Fernando, música e letra, de que gosto muito, 'Ouvi dizer que me esqueceste', e um do José Luís Gordo, que canto há muito tempo e é lindíssimo, 'O meu nome baila no vento' que canto no fado Pechincha", afirmou.
A encerrar a cerimónia, Celeste Rodrigues irá interpretar alguns fados do seu repertório, sendo acompanhada por Pedro Amendoeira e Eurico Machado (guitarra portuguesa), Pedro Pinhal (viola) e Rodrigo Serrão (baixo).
A fadista afirmou que a sua timidez e humildade naturais a levam "a ficar sem jeito nestas coisas", até porque gosta pouco de falar de si própria.
"O meu sonho não era ser artista, gostava imenso de cantar no meio dos fadistas, não em público, mas aconteceu", disse.
A descoberta da fadista aconteceu em 1945, quando o empresário de espetáculos José Miguel a ouviu cantar "numa roda de amigos", e a contratou imediatamente para atuar no Café Casablanca, em Lisboa, no Parque Mayer.
Desde então não tem parado, tendo pisado os mais variados palcos nacionais e internacionais, além de uma presença constante nas casas de fado lisboetas, designadamente A Viela, Parreirinha de Alfama, O Embuçado, Bacalhau de Molho e Casa de Linhares.
"O público tem sido muito bom para mim, não me posso queixar", afirmou a criadora de “Lendas das Algas”, escritas por Laierte Neves e Jaime Mendes.
Celeste Rodrigues foi alvo de uma homenagem em 2007, pela Associação dos Amigos do Fado, em 2010, no Cinema S. Jorge, em Lisboa, quando recebeu a Medalha de Mérito, grau Ouro, da Câmara de Lisboa, e, em 2011, no Teatro S. Luiz, num espetáculo que contou com a participação, entre outros, de Camané, Raquel Tavares, Mafalda Arnauth, Hélder Moutinho, Tim e Zé Pedro dos Xutos & Pontapés.
@Lusa
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