Em 1995, com as aventuras de Woody e Buzz Lightyear, "Toy Story", o primeiro filme de animação totalmente computorizado, marcou o início de uma geração.

Mal nós sabíamos que, quase um quarto século depois, com mais dois filmes pelo caminho, Óscares e Globos de Ouro no bolso, a franquia ainda nos ia continuar a inspirar.

Qual de nós, elevado pela inspiração e a memória, já não usou a "catchphrase" única: “Para o infinito e mais além!”?

É para “mais além” que segue o quarto filme desta sinfonia de brinquedos, pois depois do fantástico final do terceiro filme, quando o adolescente Andy leva Woody e o grupo - Buzz, Jessie, Slinky, Rex e os restantes – para viver com uma nova dona, Bonnie, e quando todos os fãs achavam que a história já estava concluída, surge-nos um epílogo.

Realizado por Josh Cooley, "Toy Story 4" tem uma magia muito própria e continua a explorar o nosso desejo infantil de que os brinquedos ganhem vida. Mas estes já são velhos amigos e há muito que andam por aqui.

O filme começa com Bonnie a transitar de escola e a ignorar Woody, que sempre se sentiu confiante em relação ao seu lugar no mundo, crente de que a sua prioridade era tomar conta de uma criança.

Solitária e triste, à procura de integração, Bonnie (com a ajuda de Woody) cria um novo boneco favorito: Garfy, um garfo de plástico, com braços feitos de escovilhões e boca vermelha de cera, uma figura ingénua, tresloucada, que nada sabe da vida e se identifica como lixo... e não um brinquedo.

Woody abraça então um registo paternal e assume a responsabilidade de mostrar a Garfy a sua importância no mundo.

Mas quando o resto do grupo se junta a Bonnie e à família numa viagem, a inocência de Garfy faz com que tudo se complique e se transforme numa grande aventura, cheia de novas personagens inesperadas e uma amiga há muito perdida: Bo Peep.

O reencontro com esta boneca de porcelana distingue a essência deste novo filme de "Toy Story". Se os anteriores se pautaram mais pela exploração da ansiedade, da separação e da amizade, este fala da essência da vida, da independência dos próprios brinquedos, de ouvirem a sua voz interior (Buzz tem um papel predominante neste arco narrativo) e de ganharem controlo do seu próprio caminho.

Woody, lado a lado com o seu amor, parte em modo missão de salvamento por locais nunca antes visitados e de grande desafio para os animadores: um recreio de areia, uma feira popular e uma loja de antiguidades servem de habitat a novos feitios de brinquedos.

Desde os antigos mais polidos aos mais recentes de fraca qualidade, a possibilidade criativa era infinita e para além dos nossos bonecos originais, há espaço para remexer a caixa de brinquedos e descobrir novas figuras, como Gabby Gabby (Christina Hendricks no papel de uma boneca dos anos 50) ou Duke Caboom (Keanu Reeves hilariante), um "action figure" canadiano que é um "stunt-man" repleto de poses vitoriosas e exímio a espalhar-se ao comprido no chão…

Com um "timming" calculista a trautear os "gags" cómicos, seja a interromper coreografias em perseguições arrojadas ou os saltos de Duke Caboom para o desconhecido, o argumento de "Toy Story 4" é ritmado e marca registada da Disney Pixar.

A acompanhar, a animação 3D é soberba, com texturas e iluminação excelentes, que nos permitem acreditar que vivemos num mundo caricaturado e estilizado sob a perspetiva de um brinquedo.

Assim, vale a pena ir ao cinema e ser criança outra vez.

"Toy Story 4": nos cinemas a 27 de junho.

Crítica: Daniel Antero

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Trailer:

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