A HISTÓRIA: Outrora a casa florescente da gigante farmacêutica Umbrella Corporation, Raccoon City é agora uma cidade moribunda do Midwestern. O êxodo da empresa transformou a cidade numa terra desolada com grande maldade e a fermentar sobre a superfície. Quando esse mal é desencadeado, os habitantes da cidade mudam para sempre e um pequeno grupo de sobreviventes tem de trabalhar em conjunto para descobrir a verdade por detrás da Umbrella e sobreviver à noite.

"Resident Evil: Raccoon City": nos cinemas desde 8 de dezembro.


Crítica: Daniel Antero

Em 2002, pelas mãos de Paul W.S. Anderson e Milla Jovovich, foi-nos apresentada a primeira adaptação cinematográfica de "Resident Evil", que lado a lado com as várias iterações do videojogo ("Gun Survivor", "Outbreak", "Chronicles" e "Revelations"), expandiu o universo moribundo, afetado pelas operações da Umbrella Corporation em Raccoon City.

Neste sétimo filme da saga, agora com realização de Johannes Roberts ("47 Metros de Terror") na realização e sem Alice, a personagem icónica de Milla Jovovich, exploramos com os irmãos Claire (Kaya Scodelario) e Chris (Robbie Amell), as imediações daquela cidade, dividindo-nos entre uma mansão e uma esquadra da polícia.

Referir estes dois espaços certamente alerta os fãs mais acérrimos, cientes da luta pela sobrevivência que ali acontece nas narrativas dos jogos "Resident Evil" (1996) e "Resident Evil 2" (1998), durante um particular mês chuvoso de setembro. E eles terão muitos 'easter-eggs' com que se entreter, enquanto somos envolvidos pela revisitação que Roberts promove, preocupando-se com a atmosfera original e encostando esta nova versão a um registo mais próximo de filmes como "Halloween" ou "Aliens" do que à vertente 'sci-fi' repleta de ação frenética promovida por Paul W.S.Anderson.

Assente nos clichés do género de horror, "Resident Evil: Raccoon City" esforça-se por nos cativar ou amedrontar com a sua linhagem maligna através do design de som e de produção. Gemidos agonizantes compõem incessantemente o 'background', até ao momento em que o 'body-horror' chega e o gorgulhar de sangue e o som de carne esmagada ganham protagonismo.

Por momentos, a sensação que tivemos nos primeiros jogos até é transportada para aqui de modo visceral. Mas o sentimento de inquietação em alta e um chorrilho de episódios narrativos arbitrariamente apresentados, bem como a preocupação apenas de nos encaminhar até ao 'boss' final, distraem-nos de que isto devia ser um filme com personagens substanciais e arcos narrativos. E, já agora, criaturas criadas por CGI de qualidade...

Perdendo a sua capacidade de empatia, mais interessado em correr e disparar no meio de uma atmosfera densa, por vezes demasiado negra para se perceber o que está a acontecer, "Resident Evil: Raccoon City" deixa no ar que se é para passar de novo pelo mesmo, mais vale ligar a consola e ir jogar.

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