Escrito por Tyler Burton Smith e realizado por Lars Klevberg, norueguês experiente em narrativas com equipamentos possuídos - como o fez na sua estreia "Polaroid" - este "O Boneco Diabólico" é mais uma incursão na saga divertida e algo absurda de "Chucky".

Desta vez, é uma espécie de Chucky 3.0 e uma sátira ao mundo globalizado de tecnologia repleta de inteligência artificial. O boneco,  um dos grandes vilões do cinema desde os anos 1980, está atualizado com a voz de Mark Hamill, a capacidade para se conectar a outros equipamentos, memorizar atitudes, adaptar-se ao ambiente envolvente e... aterrorizar uma família na sua própria casa (ok, aqui nada de novo).

Neste caso é Karen (Aubrey Plaza) e o seu filho Andy (Gabriel Bateman), que terão de lidar com a mudança terrível de atitude da pequena criatura que distorce as noções de realidade e felicidade por ter um conhecimento limitado do mundo. Como quando vê Andy e os amigos a divertirem-se com o "gore" de "Massacre no Texas 2" e regressa à sala de estar de faca em punho, acreditando piamente que está a fazer o bem.

Claro que a sua confusão para defender "o seu melhor amigo Andy" vai crescer e levar a história para um terceiro acto gratificante para os fãs de horror e da saga.

Com ecos do original, embrulhado numa espécie de meta-nostalgia que evoca "IT" e "Stranger Things", esta versão de "O Boneco Diabólico" não é "A Noiva de Chucky", mas balança entre uma consistente iteração da saga e um mau episódio de "Black Mirror".

De uma forma ou de outra atinge o seu objetivo: deixar-nos apreensivos ao chegar a casa e vermos os nossos produtos da Amazon e da Apple com novos olhos e ouvidos.

"O Boneco Diabólico": nos cinemas a 18 de julho.

Crítica: Daniel Antero

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