A HISTÓRIA: Produzido dez anos após a trágica morte de Amy Winehouse, este documentário de 60 minutos da MTV foca-se na afilhada de Amy, Dionne Bromfield, que, pela primeira vez, fala sobre o impacto da morte de Amy na sua vida. O filme leva os espectadores numa jornada profundamente pessoal em que Dionne partilha os pontos altos e baixos e o material de arquivo nunca antes visto e exclusivo das aventuras que viveu com Amy, ao mesmo tempo em que presta homenagem ao vínculo inquebrável que as duas criaram..

"Amy Winehouse & Me: Dionne's Story": na MTV Portugal a 29 de agosto, às 11:55.


Crítica: Hugo Gomes

Se estão à espera de algo mais biográfico sobre a cantautora de “Rehab” e "Back to Black”, como sucedia com o filme "Amy", de Asif Kapadia, estreado no Festival de Cannes em 2015, bem podem “tirar o cavalinho da chuva”.

Tal como o título indica, "Amy Winehouse & Me: Dionne's Story" é um objeto de intimidade, de relação, com a cantora a surgir em segundo plano sem ser desmerecida perante a história de Dionne Bromfield, também ela uma artista, que foi impulsionada por Amy, sua madrinha, a seguir carreira musical. O documentário centra-se nessa voz exterior, demonstrada nos depoimentos da artista sobre a artista, e num conjunto de imagens de arquivo, muitas delas remetendo ao íntimo que une ambas as figuras.

Para fãs acérrimos de Winehouse, tudo isto serão anexos atrás de anexos para solidificar o culto. Porém, o modo como esta produção MTV opera gerará interpretações de má indole, podendo tudo isto ser encarado como uma tentativa de marketing de uma artista “à pendura” de uma estrela. Todavia, qualquer que seja a nossa relação com isso, uma coisa é certa: "Amy Winehouse & Me: Dionne's Story" é pura linguagem televisiva, com os toques que o canal nos habituou, embora melhor que a encomenda habitual, deve-se dizer.

Não existe cinema por estas bandas, nem um exercício mais entranhado quer no tratamento da Amy, quer na perspetiva de Dionne. Apenas curiosidades, aliás trivialidades.

Que Amy está viva para muita gente é um facto, mas há que saber condensar esse espirito, até porque ícones musicais não existem em paletes.