Cantigamente n.º 2

Cantigamente n.º 2

Cantigamente n.º 2

Cantigamente n.º 2

«Cantigamente foi a derradeira produção importante do Centro Português de Cinema e do seu projecto cooperativo. Nele se juntam seis cineastas para dar corpo a uma evocação do País e da sua memória, de 1910 a 1974, projecto...

«Cantigamente foi a derradeira produção importante do Centro Português de Cinema e do seu projecto cooperativo. Nele se juntam seis cineastas para dar corpo a uma evocação do País e da sua memória, de 1910 a 1974, projecto tanto mais aliciante quanto partia de formas de representação (as cantigas, os filmes, o teatro) para reflexões nelas tantas vezes recalcadas. Foi a única vez que o Cinema Novo congregou alguns dos seus cineastas para uma tarefa de retrospectiva histórica e não é irrelevante que os resultados tenham, por um lado, ficado muito aquém das expectativas e que, por outro, seja um estreante nestas lides (José Álvaro Morais) quem melhor se tenha desempenhado da ideia. Com efeito, enquanto a generalidade dos episódios se resume à montagem de documentos de época e entrevistas contemporâneas a personalidades, o 3º episódio constrói-se incluindo um trabalho ficcional actual na teia da montagem, interrogando-se afinal sobre o carácter dúplice de todo o trabalho cinematográfico. 2º episódio: Os anos 30 e 40; desmontagem do fascismo através dos seus filmes (a comédia; A Canção de Lisboa, Maria Papoila, A Aldeia da Roupa Branca), do seu teatro (a revista, o Parque Mayer) e das suas músicas (reconstituição do Fado do 31). Os gémeos Meios numa rábula à Mocidade Portuguesa. O atentado à bomba contra Salazar, evocado por Emídio Santana e seus companheiros anarquistas. A oposição política, por vezes violenta, a revolta da Marinha Grande.» Jorge Leitão Ramos, in Dicionário do Cinema Português 1962-1988, Caminho.