Kevin Spacey - cuja carreira ficou praticamente destruída em 2017 após ser acusado de agressão sexual nos EUA - está de volta ao cinema.

O ator já está em Itália para o início da rodagem de "L’uomo Che Disegno Dio" em Turim (norte da Itália), anunciou a produtora esta quarta-feira após começarem a surgir no dia anterior as primeiras imagens nas redes sociais a passear sorridente ou na esplanada a beber vinho com o também ator Robert Davi.

Duas vezes vencedor do Óscar, por "Os Suspeitos do Costume" (1995) e "Beleza Americana" (1999), o ator vai interpretar uma personagem secundária neste filme dirigido pelo italiano Franco Nero, que também desempenha o papel de protagonista, diz um comunicado de imprensa que destaca especialmente o "grande regresso ao cinema" do americano.

A onda de acusações que travou a grande carreira de Spacey, no final de 2017, correspondeu ao surgimento do movimento #MeToo, que nasceu a partir do caso do poderoso produtor Harvey Weinstein, acusado por dezenas de mulheres de abuso sexual e atualmente a cumprir uma pena de 23 anos de prisão.

Demitido da série "House of Cards", na qual interpretava um político sem escrúpulos, Kevin Spacey também foi cortado de Ridley Scott, "Todo o Dinheiro do Mundo", sendo substituído por Christopher Plummer.

Até agora, o ator tem evitado acusações criminais. Apesar de ter chegado a ser acusado formalmente em janeiro de 2019 de abuso sexual de um adolescente, em julho desse ano as autoridades retiraram as acusações, num caso que acabou enfraquecido pela própria alegada vítima, depois de um telemóvel com as alegadas provas ter desaparecido.

Em outubro do mesmo ano, um acordo confidencial fez cair outra acusação.

Apesar de terem caído vários processos nos EUA, as autoridades em Londres ainda investigam acusações que surgiram relacionadas com o período de 2004 a 2015 em que foi diretor artístico no teatro Old Vic, desmentidas com veemência.